quinta-feira, 29 de outubro de 2009



29 de outubro de 2009 00:13hs

Ne me quitte pas



Sim, estou cansada. Cansada de ti e dos teus tormentos infantis. Afasta-te de mim alma miséravel. Chore tuas migalhas longe de mim, olhos imundos. Qual o propósito desse seu arrebatamento repentino? Cala-te puta. Levanta injuria que estou a esperar por ti. Não faça a exaustão da minha paciência comandar os meus sentidos físicos, que estão prestes a esbofeteá-lo.Tire do teu rosto essa lágrima desgraçada. Seque antes que elas virem sangue. Seque água salobra infame. Pois este liquido não vai saciar minha sede de amor, nem encherá esse poço seco e fundo em que se encontra a minha compaixão. Te deixarei sozinho, mesmo que peça mil vezes pra não te deixar.

Jéssica Menezes

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


26 de outubro de 2009 11:24hs




Preta!

Inicio do fim de semana conturbado, pensei que o resto dos dias ia ser infeliz, não quero ter recordações do furação que passou pela minha cabeça, não quero escrever aquele dia triste que terminou com um sono profundo e mal dormido. Felizmente os outros dois dias foram pra refletir, pensar se aquilo que eu escolhi é realmente meu futuro. Caminhada no sábado, conversa no domingo, meus amigos me ajudaram. Pensei e pensei, e acabou sendo um final de semana proveitoso pra a minh'alma. Hoje é segunda, não sei o que escrever, a ansiedade treme as minhas mãos, afinal, a data está próxima, não é todo dia que um indivíduo comemora duas décadas do seu nascimento. Mais o que realmente me fez escrever hoje, foi a primeira frase que eu li, e que me deu energia pra suportar a pressa da semana que está por vir. E ela diz assim: “Oi! Como dói (no caso ele dizia da saudade) ... Mas ainda sinto entre os dedos o suave toque das tuas singelas mãos. Saudade minha preta linda! Ótima Semana.” Parece até bobagem de minha parte, mais é tão gostoso quando uma pessoas sente saudade de você, ainda mais quando lhe chama de “minha preta”. Me perdoe caros leitores, acho melhor parar por aqui, deixando inspiração para uma próxima data.
14 de outubro de 2009 11:40hs


Corpos

Porque dois corpos que se amam tem que se separar por motivos inúteis? Motivos pelos quais não os pertences, não os interferem, mais os atrapalham. Feitos pra se juntarem em um só, esses corpos se afastam para respeitar a vontade alheia. Pois, eu vi naqueles olhos lacrimejantes, a vontade de tocar o outro corpo e tomar como sua posse, lhe fazer suspirar pelos seus beijos de afeto e lhe acariciar satisfazendo-lhe a vontade das uniões de almas que se amam. Mais suas bocas que não suportaram a distância, se fundiram numa só carne, num só ritmo, única sintonia. Os lábios doce, o sorriso que lhes fornece energia, as palavras que são ditas, ao toque da boca sobre a orelha que arrepia instantaneamente é o que lhes dão coragem para enfrentar a manada de búfalos que estar por vim. Enfim, se tornaram num pecado que não afeta só uma doutrina ou o decorrente fato de ter medo de Deus, modifica o cotidiano, uma rotina, duas famílias. Mais por que o pecado, se o amor reina sobre essa junção, se amar ao próximo, é o segredo da sobrevivência? Porque normalmente dois copos e almas diferentes se unem para se completarem, porém, esses corpos e almas iguais se uniram pra se amarem.

Jéssica Menezes.

7 de outubro de 2009 8:53hs


Anjo


Ontem conheci um anjo. Um anjo que não queria ser anjo. Alma feminina, rosto másculo. Se revoltou não sei por que, dizendo que não queria ser o anjo que estava no seu destino. Tinha cheiro de anjo, tinha uma doce voz de anjo, não sei se tinha pensamentos de anjo. Ainda não tenho o dom de ler pensamentos. Então vi em minha frente uma figura que eu não conseguia decifrar. Cada palavra que saia da sua boca era um enigma, um mistério, ou uma ilusão? A explicação não vinha. Vi deitar-se diante de mim um anjo, que pedia afeto, como um viciado que pede: “Pelo amor de Deus, me dê um cigarro”. E as minhas mãos que passavam pelos seus cachos de cores indefinidas, ia a sua face com medo de toca-la. Mais por que o medo se ele é um anjo? Medo do anjo desaparecer. De certa forma desapareceu, num silêncio profundo, onde fiquei a observa a luz que havia naquele anjo revoltado. Observei, e acabei também desaparecendo pela overdose do silêncio. Despertei, olhei o anjo, olhei a mim e descobrir que o anjo era só um homem, que sabe poesias, que tem a fala mansa, que ama, que come, que bebe, mais que sim, tem asas, que foram quebradas ao ser empurrado e forçado por Deus a viver nesse mundo.


Jéssica Menezes.